sexta-feira, 26 de março de 2010

O ZERO É A TRAVESSIA

Alexandre Aragão

a
Caros amigos e amigas,

Obrigado pela gentileza dos comentários ao poema O ZERO. De fato, uma das grandes sacadas de se postar um texto ou um poeminha num blog é a possibilidade de um amplo diálogo aberto que vai estendendo o texto original, revestindo-o de novos enfoques.

O zero realmente é uma realidade muito ampla. Primeiramente porque é um paradoxo, ou seja, é a representação do inexistente, uma espécie de quantificação do nada, um nada que existe. Depois ele é também a origem dos números naturais positivos, e ao mesmo tempo o fim dos números inteiros negativos, é eterna passagem do menos para o mais e do mais para o menos.

Além disso, o zero assume uma espécie de serena e presente neutralidade nas operações de adição e subtração, mas atua como um absorvente nas operações de multiplicação, reduzindo a si tudo que é por ele multiplicado.

E ainda apresenta uma questão particular quando se trata da exponenciação, pois todo número elevado a zero é igual a unidade. Exceto ele mesmo quando elevado a zero dá um resultado igual a zero. Ou seja, uma contradição matemática, pelo menos aparente.

Uma das minhas motivações para fazer esse poeminha é a situação emblemática do Haiti, reduzido a zero neste momento da história da humanidade.
a
No silêncio haitiano, que novas palavras devem ser pronunciadas pela humanidade? No caos haitiano, que nova harmonia poderá ser construída pela humanidade, significando um possível novo modelo de desenvolvimento humano global, centralizado na solidariedade contínua e efetiva baseada numa justa distribuição dos bens produzidos globalmente? De que forma o Haiti, em seu caos, poderá ajudar-nos a cada um de nós a percebermos com um novo olhar as dores que palpitam ao nosso redor em nosso dia a dia?
a

Nenhum comentário:

Postar um comentário